“Foi transformador, muito mais do que eu esperava”: no segundo dia da Semana de Recepção da Poli-USP, ingressantes participam de rodas de conversa e tiram suas principais dúvidas sobre a vida universitária

Na tarde de 27 de fevereiro, segundo dia da Semana de Recepção aos Ingressantes de 2024 da Escola Politécnica da USP, a programação abriu espaço para os calouros tirarem suas principais dúvidas sobre a graduação e a vida universitária. Com rodas de conversa em diferentes departamentos da Poli, os temas discutidos foram pré-selecionados pelos próprios estudantes por meio de uma enquete. “Inovação, Pesquisa, Sustentabilidade, Mulheres na engenharia, Cultura na universidade e Moradia e pertencimento foram os assuntos escolhidos.

Participaram das rodas de conversa os professores Amarilis Lucia Casteli Figueiredo Gallardo, Anarosa Alves Franco, Antonio Figueiredo, Carina Ulsen, Cintia Borges Margi,, Jaime Simão Sichman, Gilberto Francisco Martha de Souza, Marcelo Knorich Zuffo, Marcos Antonio Simplício Júnior, Maria Eugênia Gimenez Boscov, Marcelo Martins Seckler, Marly Monteiro de Carvalho, José Aquiles Baesso Grimoni, José Rodolfo Scarati Martins, Marco Tulio de Andrade, Rachel Biancalana Costa, Roseli de Deus Lopes, Sergio Medici e Tereza Cristina Melo de Brito Carvalho. Também participaram a funcionária Eliany Funari, e a pós-graduanda e representante discente, Júlia Sanches.

Em um formato livre, após breve apresentação dos temas, os estudantes puderam debatê-los junto aos docentes. 

Rememorando seus 41 anos de Poli,  o professor Figueiredo deu início à discussão reforçando a importância de olhar a engenharia como uma área em constante desenvolvimento, e de pensar a sustentabilidade como elemento central da inovação. Em sintonia com o docente, a professora Rachel Costa questionou os significados dados ao termo sustentabilidade e levantou que a formação dos politécnicos atravessa as paredes das salas de aula. “A Escola Politécnica não forma apenas engenheiros, mas cidadãos”.

“Na minha época, 600 estudantes ingressaram na Poli, apenas 30 mulheres”. Com o dado marcante, a professora Maria Eugênia dialoga com o auditório lotado sobre a sub-representação feminina na Escola e a persistência necessária para atravessar os desafios que podem se apresentar durante a graduação.“Eu quero que sejam muito bem-vindos, aproveitem o curso e que a estadia aqui seja realmente uma época de formação. É uma faculdade muito exigente, mas não desanimem, procurem ajuda, existem canais para quando precisarem de apoio; para as mulheres, canais específicos”. Por fim, a docente recomendou que as alunas tenham as professoras como ponto de apoio. A Universidade mantém um canal de orientação para os estudantes recorrerem quando necessário.

Entusiasmados, os ingressantes também perguntaram e discutiram caminhos para fazer pesquisa na Universidade. A cargo de falar sobre o assunto, o professor Jaime Sichman citou inúmeras iniciativas que impulsionam o desenvolvimento da pesquisa na USP e na Poli, citando a Fapesp, uma fundação de  como um exemplo bem sucedido. 

A cultura, a diversidade e a permanência também ganharam espaço nas falas de Eliany e Júlia, que incentivaram os calouros a viverem a universidade em sua plenitude, participando das múltiplas manifestações culturais e de representação presentes não apenas na Poli, mas em todo campus.

Abrindo a roda de conversa no prédio da Engenharia Mecânica, a professora Marly Carvalho, da Engenharia de Produção, fala sobre o eixo de inovação, o mais votado pelos alunos. “Inovação é transformar conhecimento em produto de mercado. E, para inovar, é preciso ir além da graduação e mergulhar na Poli”, explicou a docente. É através da vivência da universidade que surgem ideias e parceiros para empreender, seja participando de atividades culturais (como grupos de teatro, coral, bateria universitária), atlética, coletivos ou grupos de atividades de alunos.

Diretamente conectada com a área de inovação por trazer o que ainda não existe no mercado, a área de pesquisa também foi muito abordada pelos alunos. Os calouros demonstraram interesse em iniciação científica e na carreira de pesquisa e docência no Brasil. Os professores abordaram a importância de explorarem as linhas de pesquisas dos laboratórios dentro e fora da Escola Politécnica, além de terem contato com grupos de extensão que desenvolvem projetos dentro da engenharia. 

No eixo sustentabilidade, a professora Tereza Carvalho, do Departamento de Engenharia da Computação, explicou os projetos do Laboratório de Sustentabilidade (Lassu) da Poli, como a remanufatura de computadores e o reaproveitamento de suas peças por outras áreas, como a engenharia mecatrônica. 

Este exemplo deixa claro uma das maiores qualidades da Universidade, a interdisciplinaridade. Com uma grande multiplicidade de oportunidades, os estudantes dispõem de um vasto campo para se desenvolverem nas diferentes áreas do conhecimento.    

A docente Carina Ulsen, do Departamento de Engenharia de Mina e Petróleo, ao encerrar o evento, prestou uma homenagem ao professor José Roberto Castilho Piqueira, ex-diretor da Poli, deixando uma  mensagem sua aos alunos. “Para ser um bom engenheiro, é preciso ter três características: conhecimento, ética e generosidade”.