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Esporte universitário no topo: estudantes da Poli conquistam título do Novo Desporto Universitário em 2024 e buscam repetir o feito neste ano

Após jejum desde a pandemia, a Atlética Politécnica volta a vencer a maior competição universitária da América Latina e busca manter resultados para defender a conquista

[Imagem: Reprodução/Acervo Pessoal/Marina Gonçalves]

Em março deste ano, iniciou-se a temporada de 2025 da maior competição do esporte universitário da América Latina, o Novo Desporto Universitário (NDU). A Associação Atlética Acadêmica Politécnica (AAAP), entidade representante dos estudantes da Escola Politécnica (Poli) da USP no cenário esportivo, participou da última edição do campeonato e se consagrou Campeã Geral de 2024.

O que é o NDU?

O campeonato surgiu em 2010, com a formação de uma entidade esportiva de mesmo nome, cujo objetivo era revolucionar o esporte universitário no Estado de São Paulo. Para que os planos saíssem do papel, o NDU contou com o apoio de mais de 20 Atléticas de faculdades paulistas, que se tornaram as participantes da primeira edição.

15 anos depois, o NDU se estabeleceu como referência no cenário do esporte universitário e se tornou uma das competições de mais alto nível e prestígio por aqueles que disputam. Atualmente, o campeonato conta com 42 instituições participantes – cada uma representada por sua respectiva Atlética – e com 17 modalidades, que vão dos esportes coletivos (futebol, basquete, vôlei, etc) aos individuais, como lutas, natação, atletismo, entre outros. 

Os torneios de cada modalidade são disputados semestralmente, e o formato das competições varia de acordo com o tipo de esporte. Categorias jogadas em quadras ou campos contam com partidas por rodadas e uma posterior fase eliminatória, enquanto as atividades individuais, vôlei de praia e rugby são decididas em um único dia.

Cada campeonato é disputado duas vezes por ano. A colocação de cada equipe em seus respectivos torneios gera, além de troféus e premiações aos primeiros colocados, pontos à sua Atlética no Ranking Geral do NDU, a principal disputa de toda a competição,contabilizado anualmente. 

A Poli, representada pela AAAP, sempre fez parte da competição. Suas equipes se consagraram vencedoras em diversos torneios, o que garantiu que a Atlética Politécnica fosse quatro vezes Campeã Geral, até 2024.

O jejum de títulos e o retorno às glórias 

Apesar de toda a tradição dentro do NDU, os últimos anos não foram tempos fáceis para a Poli na competição. A última conquista da AAAP no Ranking Geral foi em 2019, às vésperas da pandemia, época desafiadora ao esporte universitário politécnico.

Fabiano Meneguzzi, atleta do judô e e-sport, e ex-Diretor Geral Esportivo (DGE) – o responsável pela participação em torneios – evidenciou os impactos desse período. “[A pandemia] foi muito difícil para todas as Atléticas, sobretudo as de faculdades públicas, que recebem investimentos [esportivos] menores que as particulares. Isso fez a Poli perder a dominância que tinha antes”.

Os desafios enfrentados durante esse tempo se refletiram nas temporadas de 2022 e 2023, as primeiras pós-pandêmicas, ocasiões em que a Poli amargou duas segundas colocações no Geral, mesmo com o alto volume de atletas e vitórias em alguns torneios. Essa sequência de reveses foi suficiente para motivar os politécnicos a fazer diferente em 2024.

Com o objetivo de encerrar o jejum de cinco anos, os atletas politécnicos se entregaram dentro das quadras, campos, piscinas e partidas. Este empenho gerou oito títulos às equipes da AAAP ao longo do ano, além de posições de destaque em diversas modalidades. Fatores que foram essenciais para uma alta pontuação no Ranking Geral.

Um dos momentos marcantes durante a campanha do NDU 2024 foi a trajetória do time de Vôlei Masculino. Assim como AAAP, em 2023, a equipe ficou em segundo lugar no torneio após perder na final. No ano seguinte, houve uma nova chance de vencer o título, contra uma rival, a UFABC, que foi aproveitada.

“Para nós, foi nessa época [do título do Vôlei] que percebemos que era possível vencer o Geral. Eles são a equipe da Poli que mais ganhou o NDU, dentre todas as modalidades, então a vitória deles foi uma concretização de que seria possível, além de ‘dar um gás’ aos atletas de outros esportes”, explicou Fabiano.

Apesar da conquista, o caminho percorrido também foi desafiador. O aluno de mestrado pela Poli e capitão do time desde 2018, Marcelo Pistone, enfrentou adversidades para conseguir representar a AAAP nas quadras. “Na época do campeonato, eu tive que lidar com uma lesão que tenho. Ela piorou no início e precisava repousar para o tratamento, mas fui teimoso e decidi arriscar. Não conseguia treinar direito, mas me entreguei totalmente aos jogos. Não foi fácil, mas valeu a pena”.

Marcelo Pistone foi premiado como destaque do Vôlei Masculino das temporadas de 2023 e 2024 [Imagem: Reprodução/Acervo Pessoal/Marcelo Pistone]

Com outras importantes trajetórias e bons desempenhos, a Poli conseguiu uma pontuação suficiente para se distanciar de seus outros adversários e garantir novamente, após cinco anos, o título de Campeão Geral do NDU. Se isolando ainda mais como maior vencedora do campeonato.

Premiação

A coroação pelos resultados aconteceu no Prêmio NDU, evento anual – que nesta edição compreendeu premiados de 2023 e 2024 — organizado pela entidade que comanda a competição. Nele, os atletas de destaque em cada modalidade foram prestigiados com troféus por seus desempenhos.

Carol Toscani, aluna do terceiro ano de Engenharia Ambiental e atleta da Natação, foi uma das premiadas, após ter vencido a prova de 50 metros livres. “É o resultado de todo o esforço que tive, de ter me levado além do limite, vejo que tudo isso valeu a pena. Fico feliz em representar a natação da Poli no Prêmio, que sempre foi uma família e um desafogo dos desafios da graduação para mim”.

Carol já era uma atleta federada antes de ingressar na Poli [Imagem: Reprodução/Acervo pessoal/Carol Toscani]

O evento também foi marcado pelo recebimento do troféu de Campeão Geral aos vencedores das edições homenageadas, assim como uma premiação aos melhores diretores das Atléticas participantes. Marina Gonçalves, atual DGE, foi prestigiada, junto com Fabiano, que foi diretor até o meio do ano, e contou qual foi a sensação de ter seu trabalho reconhecido. “Foi surreal, só deu para perceber na hora de receber o prêmio. Além de mostrar que foi um bom trabalho, o prêmio me faz ter gratidão pela oportunidade de representar a poli e pelos atletas, que permitiram que isso fosse possível”.

[Imagem: Reprodução/Acervo Pessoal/AAAP]