Escola Politécnica

Formando engenheiros e líderes

Representantes da Poli-USP e do ITESM discutem expansão de convênios internacionais

Descentralizar a mobilidade de alunos da Escola Politécnica dos países europeus é uma das principais missões para atrair interessados em estudar em instituições de excelência no continente americano
[Imagem: Amanda Rabelo]

Projetar acordos para diferentes áreas da Engenharia foi um dos objetivos do encontro que ocorreu na Escola Politécnica (Poli) da USP na última segunda-feira, 9 de dezembro, com representantes do Instituto Tecnológico y de Estudios Superiores de Monterrey (ITESM), do México. Em novembro, outra delegação do instituto foi recebida para discutir futuras parcerias com o departamento de Engenharia Mecânica, desta vez a discussão foi com membros da engenharia da computação. 

Após uma breve apresentação sobre a história da Escola aos convidados mexicanos, os presentes trataram sobre a possibilidade de firmar vínculos futuros entre as instituições. “O que buscamos é tentar formar uma união entre as instituições que seja para investigações [pesquisas acadêmicas] e para a troca entre alunos”, afirma o professor Marcelo Alves. A comissão representante da Poli também contou com a presença dos professores Marcos Simplício e Bruno Albertini, ambos do Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais da Poli.

O projeto entre a USP e o ITESM propõe a formalização de convênios intercambistas de mobilidade entre estudantes brasileiros e mexicanos. Um dos empecilhos, como analisado pelo professor Marcelo, é a dificuldade de uniformização dos tipos de cursos oferecidos, por exemplo: o Mestrado no Brasil não é o mesmo que o “Master”, conforme o previsto no acordo de Bolonha, que rege a formação superior na União Europeia.

O professor Bruno ainda acrescenta que instituições como a USP têm dificuldades em estabelecer acordos internacionais com outras universidades devido às divergências quanto à gratuidade educacional. “[Os institutos de ensino superior de outros países da América Latina] são muito bons, só que eles são privados e se paga para estudar lá. Os acordos têm que ser muito bem amarrados porque o que fazemos é o seguinte: um estudante de lá vem para cá e ele não paga [no Brasil] só que ele continua pagando e nós mandamos um estudante para lá”, destaca.

Além de um aluno estrangeiro ter que lidar com os gastos universitários em seu país, a delegação mexicana questionou à mesa os custos de se morar em uma grande metrópole como é o caso da cidade de São Paulo. Marcos Simplício compartilhou com os convidados que a preocupação financeira vai além quando o assunto é viver na capital paulista, uma vez que alunos que vivem no próprio estado podem demorar horas até chegarem ao seu local de estudo.

[Imagem: Amanda Rabelo]

Outro ponto de debate foi em relação à barreira linguística. Apesar do espanhol e do português serem idiomas de origens latinas e com certa familiaridade, alunos fora de seu país podem enfrentar dificuldades para acompanhar a graduação em outra instituição. Na Poli-USP, as aulas são majoritariamente ministradas no idioma oficial, em língua portuguesa.

De forma a promover que mais estudantes estrangeiros integrem a comunidade universitária, a Poli busca atrair estudantes de dentro e de fora do país. Segundo o professor Marcelo, a Escola tem poucos convênios com universidades da América Latina – tendo a França como a campeã na recepção de estudantes brasileiros no exterior. O encontro entre as delegações tenta mudar esse cenário e otimizar os tempos de graduação com experiências únicas em contato com culturas diferentes.

O Instituto Tecnológico y de Estudios Superiores de Monterrey (ITESM) é considerado um dos melhores da América Latina em questões de ensino superior. O professor Bruno Albertini diz que há uma tentativa por parte dos docentes brasileiros de mostrar aos alunos de Engenharia a potencialidade de instituições que vão além da tradicional Europa e, assim, aumentar o número de intercambistas selecionados.