A contribuição da Escola Politécnica (Poli) da USP no combate ao coronavírus continua crescendo. Um dos projetos mais recentes sediado na Poli envolve a fabricação de dispositivos para acomodar pacientes com deficiência respiratória grave na posição de bruços. O professor Douglas Gouvêa, um dos organizadores da iniciativa, conta que foi constatado que a capacidade respiratória de doentes com deficiência respiratória grave melhora se este for colocado de bruços, sendo esse o caso dos pacientes com COVID-19 em estado grave nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs). Para acomodar o paciente de forma satisfatória, são necessários dispositivos para adaptação da posição, os chamados coxins.
A demanda surgiu através do Centro de Inovações Tecnológicas do Instituto Central (CITIC) do Inova_HC, por meio da doutora Maria José Carmona, sua presidente, e da doutora Kelly Cristina Stéfani, médica que faz a conexão HC-Poli via Inova_USP. Quem coordena o projeto pelo Inova_USP é o professor Vanderley John, do Departamento de Engenharia Civil, e o professor Douglas Gouvêa, que coordena duas frentes de fabricação de coxins.
Segundo Gouvêa, o posicionamento correto com o uso dos coxins permite que haja otimização na recuperação do processo inflamatório pulmonar que a COVID causa nos pacientes. O objetivo do projeto é fazer um produto que além de e ajudar na recuperação dos paciente não gere lesões ortopédicas ou de pele. As proeminências do próprio corpo do paciente devem estar protegidas pelos posicionadores com o intuito de evitar úlceras de pressão pois novas lesões podem complicar ainda mais o estado geral do paciente.
O professor completa dizendo que “esse produto precisa ser feito muito rapidamente, pois a cada 100 pacientes hospitalizados, 30 estão em UTI entubados e 10 potencialmente irão necessitar de ficar na posição pronada (de bruços) durante o tratamento”. Os hospitais possuem esse tipo de coxins, porém não em quantidade suficiente para atender a demanda atual.
“As necessidades urgentes nas condições de pandemia colocam Universidade, Centros de Pesquisa, Hospitais e Empresas juntos para trabalhar em um único objetivo que pode contribuir muito para o bem comum”, diz Gouvêa. A ação conta com a colaboração voluntária de médicos, enfermeiros, engenheiros, alunos, donos de empresa, técnicos de empresa e professores, que contribuem com doação de produtos, tempo e esforço em busca da execução rápida do projeto.
O projeto é uma parceria com a FOM, empresa que utiliza microesferas de poliestireno expandido para o interior dos dispositivos; com a Dow e a Duoflex, empresas que trabalham com espumas de poliuretano. Junto com a FOM, já foram produzidos dois protótipos em uso, com boa probabilidade de sucesso para produção já na semana do dia 18 de maio.
Imagens cedidas por Douglas Gouvêa
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