FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

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Muito além do pódio em torneios universitários, Rateria é um espaço de “explosão e alegria”

Ao final de 2023, em outubro, a bateria universitária de estudantes da Escola Politécnica (Poli) da USP, Rateria, ganhou o 3º lugar em seu principal torneio anual, a Balatucada, incorporando instrumentos como castañola e cajón de forma inovadora em sua apresentação. Em seguida, em dezembro, o grupo foi campeão no desafio BPM, competição de caráter mais artístico no universo da percussão. 

Depois de 8 anos, a Rateria volta ao pódio dos torneios, mesmo com altos e baixos e ainda em recuperação da pandemia. Mas seu reconhecimento não se restringe às músicas.

Conheça a Rateria, que vai muito além de “barulho”

Inspirada em escolas de samba, uma bateria universitária utiliza os mesmos instrumentos e divisões em alas, mas com maior liberdade para explorar os ritmos de forma diferente e criativa. Atualmente, conta com mais de 100 integrantes dos mais variados cursos da USP e tocam ritmos que vão do samba ao rock, do funk ao sertanejo.

Mais que uma modalidade da Atlética – uma associação esportiva de estudantes da Poli – a Rateria realiza apresentações em festas, casamentos, eventos beneficentes e mais, recepção de intercambistas, eventos esportivos e sociais, bloquinhos e festas de carnaval. 

“Fui aprendendo e me apaixonando cada vez mais, vi que não era só barulho. Fui me desafiando, sempre que eu via algo novo eu tentava aprender, e me deu oportunidade de conhecer outros instrumentos, conhecer a bateria” – Pedro Meireles

Mas também participa de competições entre baterias e outros grupos de percussão. O Balatucada está entre os torneios mais antigos de baterias universitárias, e é o maior do Brasil. Nele, cada equipe realiza uma apresentação de 18 minutos e os jurados avaliam critérios objetivos (equalização e execução) e subjetivos (grau de dificuldade e efeito geral). 

Competindo entre 30 baterias, a Rateria trouxe uma novidade a sua performance: o uso de castañola, instrumento espanhol, e do cajón, de origem peruana. “Ninguém na Balatucada esperava por isso, quem tava na plateia falou que nessa hora foi um silêncio, tipo tava todo mundo “pescoçando” para tentar ver o que a gente estava fazendo ali na frente”, conta o atual mestre da bateria de calouros, Pedro Meireles. 

O grupo também ganhou o prêmio de melhor ala de caixas da competição, que se dá depois de um consenso entre os jurados sobre qual bateria teve o melhor desempenho, como um “prêmio de melhor jogador” em competições de futebol. Confira abaixo a apresentação da Rateria na Balatucada 2023: 

Já o BPM é um concurso de percussão no geral, em que qualquer grupo pode participar. No desafio, os jurados assistem uma apresentação de 2 minutos e tem 1 minuto para decidir qual bateria gostou mais. Em comparação ao Balatucada, que avalia mais critérios técnicos, esse tem seu foco no lado artístico e lúdico da música. Confira a apresentação da Rateria no BPM aqui. 

“Os dois meses que antecedem as competições são bem intensos, com ensaios quase todos os dias. É um hiperfoco, às vezes durante a aula você está batucando na cadeira”, brinca Ian Aguila, membro da Rateria e atual presidente da Baterias Aliadas da USP. 

Mas mesmo em competições, a essência de uma bateria universitária permanece. “O que eu mais pedia aos calouros nos ensaios era que eles se divertissem. Por que isso passa a energia, passa a alegria que a gente quer que os jurados recebam, e isso impacta absurdamente na competição”, afirma a ex-mestre da Rateria, Daniela Cardoso.

“Na bateria é explosão e alegria”

Com muita música, cantos, danças e risadas, a Rateria mostra sua sincronia e dedicação nas apresentações. Mas a união vai muito além dos palcos. Como muitas atividades extracurriculares, a bateria universitária é um meio de integração entre calouros e veteranos, alunos de cursos diferentes. 

Tudo isso cria um ambiente de apoio e troca de experiências, sobre aulas, provas, experiências universitárias, formação de amizades. E também um ambiente de lazer e descontração. “Você se desenvolve ritmicamente, é uma distração, uma terapia. É o contraste perfeito entre o cotidiano estressante da faculdade, de fazer uma prova de cálculo 3 e ir à Praça do Relógio tocar um samba sem pensar em nada”, conta Pedro.

“O que eu mais vejo de crescimento é o meu lado pessoal. Eu me desenvolvi enquanto pessoa, consegui encontrar e desenvolver minha personalidade. Os amigos que eu fiz e esse autoconhecimento me mantém até hoje nesse mundo” – Bruno Sandri

Além do lazer, habilidades profissionais e pessoais podem ser desenvolvidas no grupo, como comunicação, disciplina, organização de tarefas e de tempo, networking (com integrantes e ex-integrantes), liderança e até mesmo administrativas. “A gente tem várias áreas de atuação não só no mundo artístico, mas no mundo corporativo e administrativo também. A gente tem uma gestão, um financeiro, pessoal da arte e de patrimônio. De forma organizacional, somos uma empresa também”, explica Daniela. 

“Se você sabe contar até quatro já pode participar da Rateria”

Apesar de cômica, essa é a ideia que a Rateria quer passar aos interessados. Ninguém precisa ter experiência prévia ou saber tocar algum instrumento para participar. Os próprios veteranos do grupo ensinam o que for preciso para tocar numa bateria universitária. 

Os treinos ocorrem toda semana e são divididos entre calouros e veteranos. Os ensaios para calouros são voltados para todos que estão participando pela primeira vez, portanto não é preciso ser um ingressante na Poli para ser um na Rateria. 

Realizados todas às terças e quintas-feiras, na Praça do Relógio ou em outro local da USP, os ensaios abordam tanto técnica quanto execução de músicas. 

Todos aqueles que desejam aprender um instrumento musical, fazer novas amizades e ter experiências universitárias para além da sala de aula, podem entrar em contato com o grupo por meio do Instagram @rateriapoliusp

Para outras informações, acesse o site

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